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O que o setor da aviação pode aprender com a crise causada pela COVID-19

O setor da aviação foi, sem dúvidas, um dos mais afetados pela crise causada pela Covid-19. Afinal, enquanto não temos vacinas, nem um remédio específico e comprovadamente eficaz contra a doença, uma das medidas mais efetivas é o isolamento social e a diminuição da mobilidade.

Por isso, diminuir o número de voos nacionais e internacionais é uma das primeiras opções para conter o avanço da doença. Felizmente em muitos lugares isso mostra resultados positivos.

Porém, quando falamos do setor da aviação precisamos lembrar que não são apenas as cias aéreas afetadas. Há uma série de outros serviços e empresas que vem sofrendo com esta crise: agências de turismo, empresas de alimentação e catering, comissariado e, claro, as próprias fabricantes das aeronaves, que terão todas as encomendas suspensas até que o mercado volte a ter alguma liquidez e naturalidade.

Avião no chão é prejuízo. E, segundo estimativa da IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo), as companhias aéreas podem perder até US$ 113 bilhões (R$ 523 bilhões) em receita este ano devido ao impacto do vírus.

Como está o setor da aviação no Brasil

Com a diminuição no número de pousos e decolagens, diversas companhias aéreas sentiram os reflexos da crise causada pelo coronavírus. Algumas remarcaram viagens, garantiram reembolso, ofereceram facilidades e comodidades para manter os clientes e para conseguir enfrentar este momento conturbado.

Para relembrar, em abril as companhias aéreas mais fortes do Brasil sentiram de imediato, as quedas no seu valor de mercado. A Azul perdeu 82% do valor de suas ações na bolsa de valores, enquanto LATAM caiu 47% e GOL 65%.

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A insegurança e a incerteza que permeia o setor da aviação fez tudo parar, investimentos zerarem e todas as empresas do ramo estão passando por dificuldades.

Enquanto algumas, como a Azul, adotaram no início da crise, um tom positivo, afirmando que possuíam caixa e o apoio dos sócios para enfrentar a crise, outras não apresentaram tanto otimismo e contaram com a ajuda do governo federal para socorrer o setor.

Medidas do governo prometem ajudar o setor

Há alguns meses, o Ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, anunciou três iniciativas adotadas por meio de Medida Provisória (MP) e Decreto que afetaram diretamente as companhias aéreas, aeroportos e passageiros.

Naquele momento, logo quando aconteceu a crise, já se sabia que teríamos que nos preparar pelo que viria, por esse motivo, a ABEAR – Associação Brasileira das Empresas Aéreas criou uma agenda com 28 temas, dividida em 3 blocos que você pode conferir na live realizada pela AEROTD com Eduardo Sanovicz – Presidente da Associação.

Postergação do recolhimento das tarifas de navegação aérea

O decreto define que os vencimentos de março, abril, maio e junho de 2020 ficam postergados para, respectivamente, setembro, outubro, novembro e dezembro do referido ano.

Adiamento do pagamento das outorgas aeroportuárias sem cobrança de multas

Também foi criada um MP que altera o cronograma de pagamento previsto para o ano de 2020 das contribuições fixas e variáveis nos contratos de parceria no setor aeroportuário, com a possibilidade de quitação até o dia 18 de dezembro deste ano.

Prorrogação das obrigações de reembolso das empresas aéreas

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A Medida Provisória que trata do reembolso de passagens aéreas cita que aquelas solicitações efetuadas até o dia 31 de dezembro de 2020 terão prazo para reembolso de 12 meses. Já os consumidores ficarão isentos das penalidades contratuais, mediante a aceitação de crédito para utilização futura.

Retomada acontece gradativamente

Segundo a Consultoria IHS Markit, é esperado que a maioria das economias demore de dois a três anos para voltar aos níveis de produção que tinham antes da pandemia.

No Brasil, a retomada será lenta e gradual, porém já é possível ver uma movimentação para um momento melhor. Por ser um país grande, em alguns estados é possível notar achatamento da curva de infecções pelo novo coronavírus e, com uma situação mais controlada, podemos pensar em uma gradual reabertura do setor da aviação.

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O governo ainda estuda novas medidas econômicas de enfrentamento a crise gerada e garante que disponibilizará linhas de financiamento de capital de giro para essas empresas a serem concedidas pelo Banco do Brasil, Caixa e BNDES.

Resta agora acompanhar o desenrolar dos fatos, analisar estratégias para a retomada das atividades, mas sempre pensando em primeiro lugar na segurança e na preservação da vida.

Fonte: https://canaltech.com.br/negocios/colapso-companhias-aereas-162031/


Guilherme-Santos

Guilherme Santos:
Guilherme Santos é especialista em criação de conteúdo e marketing digital.
Trabalha como escritor freelancer e é apaixonado pela aviação desde o seu primeiro voo de Cesna no Flight Simulator 98.

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